Quando a cultura do “fast-food” atinge outras proporções:
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a Obesidade é uma das doenças que mais cresce no mundo. Desta forma, começamos também, como sociedade, a buscar infinitas soluções para este problema. A grande questão é o “vale-tudo” na hora de emagrecer.
Muitos dos problemas que hoje “alimentam” o ambiente obesogênico, que se instaurou na sociedade, advém da lógica pós-moderna. Trata-se de uma lógica de consumo de produtos de uma forma rápida e dispensável. Então hoje vivemos em uma sociedade que trabalha numa lógica de “fast-food”, procurando soluções rápidas e tratando sempre de pensar no próximo problema. Assim como todas as coisas na vida, está forma de pensar acarreta coisas boas e, também, coisas ruins.
Entretanto, precisamos estabelecer um limite que não deve ser ultrapassado. Acima temos a notícia do falecimento de Paulinha Abelha, cantora do Calcinha Preta, que falece devido a um conjunto de fatores, entre eles o uso excessivo de medicações. A lógica do fast-food produz uma banalização do uso de medicamentos na vida cotidiana. Uma solução prática e fácil para a resolução de problemas profundos, enraizados no âmago da pessoa.
Quando se escuta uma notícia como esta, é necessário questionar-se: por que tenho que tomar uma pílula para realizar cada tarefa do meu dia? Porque preciso que toda a minha vida esteja chancelada por essas soluções imediatas?
No tratamento da obesidade, estas soluções também começam a ser aplicadas. Porém, a de se perguntar: serão elas duradouras? Serão elas saudáveis?
A sociedade está constantemente nos pedindo demasiadas soluções que aparentemente são includentes. Sejam pais presentes, pessoas dedicadas ao trabalho, que pratiquem atividade física; não sobra nem tempo para respirar em meio a tantas tarefas. O “fast-food” não apenas como conceito de comida, mas como conceito de vida, torna-se muito sedutor.
Porém, é preciso ter cuidados com os exageros. O uso excessivo de medicações no nosso cotidiano cobra um preço. Um preço quiçá que você não esteja disposto a pagar. No meio de um mundo que te empurra para o “fast-food”, as vezes é melhor se buscar a solução menos imediata, mais engajada.
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